e rasgam a minha pele grossa
os dias em que eu não navego
as terras de que não me perco
as luas que não vou encontrar
se me cabe acontecer no mar
o tempo no cais me des-espera
longos dias a me parir adentro
contra a maré à beira-de-estar
é tanto lastro no peito da gente
que nem todas as brisas levam
e nem todo mastro teso espaça
o nó que a gente enreda pra si
e até que a pele arrebente em litoral
vão pregos no tempo de quase zarpar
enquanto os olhos tramam dor e querer
me abrigam mudo em banhos-de-mar