as janelas se fecham nas casas,
Matilde,
se você cospe
um irmão
as luzes se apagam na estrada,
Matilde,
se você atira
pedras num cão
os barcos se vão da praia,
Matilde,
se você tomba
ao pó a devoção
e o mundo se acaba,
Matilde,
no exato oco da sua mão
se o seu olhar
é amargo
se o seu sabor
é salobro
se o seu dizer
é escasso
se o seu estar
é inválido
e os poros colabam,
Matilde,
no convexo abraço seu
se o seu enredo
é pouco
se o arremedo
é largo
se o seu medo
é o passo
pois sem os seus dedos,
Matilde,
– eu preciso a você dizer, Matilde –
nada vai além
vazio é seu bem
você com ninguém
nem nada há,
Matilde,
nonada é
ninho vazio
e você?
ninharia