não invento segredos
palavras é que raleiam
quando não há porto ou cais
volantes como marés
cantos só são nos ouvidos
e som não vai onde nada há
então me pedes o que
carpideira de quem nunca vi?
o oco sussurro de quem já partiu?
não remendo silêncios
nem se alcança de salto
o vesgo do barranco
é no remanso das bocas
o teu rosário e noventa
torta ladainha em dó
a te fazer escutar