você me dispensou
dizendo que nunca
devia ter sido meu amor
eu, antes só sorte, virei fumaça
meu tempo de graça terminou
e agora onde ando, meu bem
eu só vejo, embaraço, teu desdém
não é justo o veredito do amor
não te troco por ninguém
toda rua onde passo, meu bem
eu vou torto, não disfarço, me convém
não me cabe outro amor, satisfação
sou o rei dos zés-ninguém
você me escutou
cuspindo meu samba
que não mais servia ao teu amor
eu, de quase morte, chamei cachaça
meu livro-de-letras mandingou
e agora onde ando, meu bem
só me vejo, entre abraços, passo bem
é tão torto o veredito do amor
você já não é vintém
toda rua onde passo, meu bem
me amassam, vou aos braços, qual neném
estou cheio de amor, no coração
já não quero mais ninguém