usei demais as luvas
que ganhei de ti
e já esqueci
minhas mãos
onde é pano
onde sou
onde és
fiz-me um nó
cola de ti
sombra, talvez
talvez
talvez eu
nem saiba quão
rígido e frio
meu aceno
se fez
deixei de sentir
o trinco da porta
a pele dos pêssegos
deixei de pegar
a água dos olhos
o rosto cansado
um buraco
nas mãos eu sou
e passei a sofrer
de um tipo de
nada
de um tipo de
capa
de um tipo de
longe
de um tipo de
outro
até o tempo
voltar
até me escorrer
dos teus dedos
me socorrer
de ti