em razão de Cristina,
lhe ia decalcado
nas costas
um corpo de
caibro de cruz,
pesado
moça dada a salvamentos
quase esquecida de si
na sublime corrente
das suas esperas,
tinha por certo
vesga fé no milagre
das mãos:
repartia peixe, crescia pão
rasgava silêncios em
rezas grossas a
entonar perguntas
e havia sempre um cristo a tentar:
– nunva vi reza conter questionamento!
já que Cristina,
levava marcas e focos
no dorso dos gestos,
e olhos-mágicos
a lhe vigiar os passos.
seus destinos
eram navalhas surdas,
farta ameaça a
quem possui cobres e arcos
porque Cristina,
tinha o peito um
campo de batalha
a abrigar loucas legiões,
deus e o diabo
em queda-de-braço
putas e freiras
em lutas por
gozo e pão
porque Cristina,
segurava no oco da boca
a sede de todo deserto
garganta que bebeu
aço e gente, livros e pássaros
feito cachaça
e emissária,
peregrina,
fez sorrir madalenas,
despertou gente
em fazer seu leito
templo de vozes
onde acolheu segredos
sendo Cristina,
inclinou-se às bocas
até adormecer desfeita
no fundo de cada rosto
que tocou
sóbria como a lua
fez-se espelho
registro vivo
e partiu num sonho;
porque Cristina,
precisava fazer-se
enigma,
semblante de chances,
que era para nunca
não terminar