de diadorim

nosso amor veio nascer
nas gerais, nos campos
deitados sob o milagre
das flores de tudo cerrado

veio brotar da boca
amarrada de Riobaldo,
de tanto não dizer,
pra escorrer água
nas quedas do tempo

veio amanhecer nas
janelas dos ares e tinas
realizar as promessas da
boneca namoradeira, e de
toda mulher-mãe que
foi jurar penitências

veio em coragem,
a galopes abrir veredas
no infinito das terras do peito
que, feito em sertão e silêncio
a gente preferiu desalmar
em não se acostumar a pisar

veio em aviso
celeste e cadente,
veio em estouro,
contra-agouro
certeza que nem
não se quis evitar

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