ora estrelas nas ondas
ora saveiros no ar
em horizontes confusos
danço a passos em nó
de nem lá nem cá
tenho este estado de nadas
nem mesmo sei meu lugar
em todo porto um parte
porque outro um vai ficar
em cartas d’água desenho cais
mas nem há tempo de ir pra trás
de nada servem os mapas, pai
se para olhos fechados
os sóis são jamais
menino recolho as tralhas
atordoado vou me atirar
nas noites que se refazem
sou tentativas de longe
sem nada arredar
velas de vento soprar
velas do tempo apagar
velas o corpo já posto
velas o amor a filtrar
ora estrelas nas ondas
são saveiros no ar