a porta é fechada.
e em toda palavra
mora um quarto escuro
o pouco das falas
não é que é a gente
mesmo. Não moça.
o silêncio é a
barriga grávida
dos nossos destinos
é um menino que
vai beber da luz e
desenganar da solidão
como em toda novena,
cada conta é um pedregulho
na aragem das mãos
cada palavra uma conta
um calo no dorso do tempo,
Parrão a me cobrar.
[madrugada na roça. escuta o eco que faz]
o silêncio é um jeito
arisco de não estar
na mira das vozes
a palavra parada
tem os olhos fechados
no esconderijo de si
e o pior cego?
aquele que tem
medo de ver
porquê o querer é
só uma bala atirada.
é sem importância.
quem manda mesmo
são outros macacos,
outras resistências