pois

é, maria,
o amor é assim,
esse rio caudaloso
largo traiçoeiro
rasgo na terra
que um se pensou uma.

é o que há de ser. num só isso.

se há terceira margem,
é o navegado.
onde a gente trança
um querer balançado
lado a lado
no tudo tronco vazado que vai passando.

pra viver é o preciso, nem menos:
braço forte no remo
confiança no traçado
saber nadar quando emborca
e fé de que nenhuma água
larga que seja
se dá em intransponível sem fim.

o amor, maria
vai no assim do tosco. toco.
não está nem no lá nem no cá
mora é no remado meio
que de quase em quase
a gente se deixa alagar

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