toda pressa reprime
um silêncio
enquanto ponteiros
sequestram corações
o asfalto falseia
os contornos do tempo
e de solidão ninguém
se orgulha nas madrugadas
um dia é uma coleção
de vontades
braços quentes,
arremedo de útero
enquanto o cais
é um covarde viajante
toda invenção é aragem
em pulmões inférteis
toda poesia é lamento
êxtase e aparição